quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

PINÓQUIO: AQUILO QUE AINDA NÃO SE DISSE!

Já toda a gente se perguntou porque é que Pinóquio não tem mãe.
Calculo que, mesmo depois de se transformar num menino de verdade, Pinóquio era um menino diferente: ele não teria umbigo, já que nunca teve mãe.

Na altura em que a história foi escrita, prevalecia a autoridade do pai, e a ideia de que um filho era criação do homem, sendo a mulher um mero receptáculo.

O pai é o criador.
A mãe nada é.

Portanto, Pinóquio surge à imagem e semelhança do pai.
Nasce fantoche, não é gente ainda.

Deve, pois, submeter-se à autoridade paterna (a lei do pai) e às regras sociais.

Mas Pinóquio, ainda que seja um boneco, em tudo o mais é uma criança.
Os seus desejos não se coadunam com os imperativos da sociedade.

Poderíamos mesmo fazer uma analogia entre as várias partes da história, e aquilo que sucede nos nossos dias.

Prometendo uma vida melhor para estes meninos, a sociedade persiste em mantê-los num mundo de ilusão e de engano (o gato e a raposa podem muito bem representar todo aquele que tenta convencer o outro de que age para o bem dele, quando na verdade apenas age para seu próprio bem) e de opressão (acreditando que a vida lhes seria mais sorridente, os meninos, uma vez mais enganados, acabam à mercê de um homem que os explorava e maltratava).

A sociedade, com todas as suas regras e as suas leis, engole-nos (Gepetto fora engolido por uma baleia e, inconscientemente, ou inconsequentemente, arrastou o "filho" para esse mesmo destino).

Uma criança não é uma tábua rasa.
Muito menos a projecção do pai.

Hoje há imensos Pinóquios por aí.
Querem, a toda a força, cortar-lhes o cordão umbilical.

Crianças (meninos e meninas) que os pais, sob um pretenso direito, retiram dos braços das mães, e exibem como troféus.

RECUSO-ME A SER BARRIGA DE ALUGUER!!!!!!!!!!!!!


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