terça-feira, 19 de outubro de 2010

SOU SEMPRE UM POUCO MAIS MÃE, DO QUE MULHER

Não o somos (quase) todas?

Quantos senhores não se queixam da constante atenção que as mães dão aos filhos, não lhes dando a mesma atenção?

Os senhores papás são quase sempre designados pelas companheiras como a "criança maior", pela constante atenção que requerem... e também pela bagunça que fazem, tal qual as criancinhas.

Isto de os homens serem crianças até tem o seu lado bom: afinal, há que guardar a criança dentro de nós.

Mas, se todos nós, homens e mulheres, formos crianças -enfim, "crianças grandes"- quem é que irá, então, cuidar de nós? Quem cuidará dos filhos?

Quantos homens se referem à sua companheira, a mãe dos seus filhos, como a criança maior? A mãe, é sempre a mãe. Mãe dos seus filhos, claro, e, se virmos bem, mãe dos outros também.

Já repararam, por certo, na forma como uma mulher acaricia um homem. Há quem lhe chame um jeito feminino, mas esse jeito tem muito de maternal.

Quando perguntamos a um homem que qualidades procura numa mulher, futura mãe dos seus filhos, a resposta mais frequente é que ela seja "meiga", "carinhosa", "compreensiva" e que "cuide" bem dele e dos filhos. É o que todo o homem espera, diga ele o que disser.

Não é por acaso que em papéis que exigem cuidados e muita afectividade, aparece principalmente a mulher, seja nos cuidados infantis, seja nos cuidados com os idosos.Cuidar é um verbo que se conjuga no feminino.

Tomando, como exemplo, um casal separado, sabemos bem que no tempo em que as crianças estão com o pai -ou à sua guarda- é normalmente a avó ou outra pessoa do sexo feminino (como a madrasta, por exemplo) quem cuida delas. Verdade ou não?

Ainda hoje dei por mim a pensar: a mulher desenvolve-se mais cedo. Mais, ela nasce já com os seus óvulos, sendo que perde boa parte deles antes da adolescência. Logo, a meu ver, primeiro nasce a mãe, e só depois o pai.

Um pai só começa a integrar esse seu novo papel quando vê a barriga da mulher a crescer. A mãe fá-lo muito antes. Por vezes, antes mesmo de engravidar. Já desde pequenina que ela brinca às mães, uma forma de se idealizar nesse papel. Quantos meninos brincam aos pais? Talvez o façam, em brincadeiras mistas, mas quando se trata apenas de um grupo de meninos, duvido que os encontremos a brincar aos papás...

Isso é um factor cultural, direis. E apontareis o dedo à publicidade que, segundo vós, perpectua esta separação de papéis, ou de identidades.

Ora vejamos: qual é o intuito de qualquer spot publicitário? Vender.
Qual a melhor forma de garantir sucesso? Dirigindo-se a um determinado público, o público-alvo.
E o que chama a atenção, nesse público? A sua realidade, ou a sua forma de ser ou de pensar. É isso que o torna peculiar.É isso que o torna o público certo, o público-alvo.

Aqui em França, por exemplo, essa realidade -reflectida pela publicidade- não difere da realidade de Portugal. Em assuntos que digam respeito à casa e aos filhos, predomina a mulher. Só para exemplo, cerca de 90% "des aides-soignantes" (auxiliares nos cuidados a doentes, deficientes e idosos) são mulheres.

À semelhança do que se passa nas outras espécies, é a mulher quem mais se ocupa da casa (ninho) e dos filhos (crias).

Portanto, eu entendo que a publicidade -salvo os casos de propaganda ideológica ou política- não tem por função mudar uma realidade. Ela reflecte essa realidade.

Qualquer bom publicitário tem sempre, por base, um estudo sobre a sociedade e sobre o indivíduo. Um bom publicitário deve ser bom conhecedor da mente humana, seja masculina, seja feminina.

Não há como negar as nossas diferenças. Elas estão lá, e os anúncios publicitários são bem a prova disso.

Para melhor o entender, nada melhor do que recuar ao primeiro homem. Aliás, à primeira mulher, a mãe de toda a Humanidade.


RECUSO-ME A SER BARRIGA DE ALUGUER!!!!!!!!!!!!!


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