sábado, 30 de janeiro de 2010

QUANDO NÃO TÊM POR ONDE PEGAR, PEGAM POR TUDO!

Topic: PROTESTO CONTRA A REPORTAGEM DO DIA 20 DE JANEIRO DE 2010 DO PROGRAMA LINHA DA FRENTE

JORNALISTA: José Ramos e Ramos ( http://www.joseramoseramos.com )
DATA DE EXIBIÇÃO: 20 DE JANEIRO DE 2010, 21H
REPORTAGEM:

http://tv1.rtp.pt/programas-rtp/index.php?p_id=25508&e_id=13&c_id=1&dif=tv&hora=21:00&dia=20-01-2010

CRITICAS:
- NÃO FOI OBSERVADO O DIREITO AO CONTRADITÓRIO (QUER NA AUDIÇÃO DOS AMBOS OS PROGENITORES, QUER NO EQUILÍBRIO DO NÚMERO DE ESPECIALISTAS ENTREVISTADOS COM DIFERENTES VISÕES SOBRE A MATÉRIA)
- NÃO FOI EXPLICADO CONVENIENTEMENTE O QUE É O SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL E O QUE É A ALIENAÇÃO PARENTAL, LEVANDO A ERROS NA DESIGNAÇÃO DESTES CONCEITOS POR PARTE DO JORNALISTA
- NÃO FORAM ENTREVISTADAS PESSOAS QUE TÊM REALIZADO TRABALHO RELEVANTE NO SUPERIOR INTERESSE DAS CRIANÇAS EM CASOS DE CONFLITO PARENTAL, COMO POR EXEMPLO A DRª MARIA SALDANHA DO INSTITUTO DE MEDIAÇÃO FAMILIAR OU UM SOCIÓLOGO QUE EXPLICASSE A RAZÃO DE SER DESTE TIPO DE CONFLITOS E A NECESSIDADE DOS TRIBUNAIS OLHAREM PARA ELES DE OUTRA FORMA
- A NÃO REFERÊNCIA A VÁRIOS COLÉGIOS DE PSICOLOGIA EM PAÍSES, COMO EM ESPANHA, QUE RECONHECEM O SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL;
- A INACEITÁVEL TENTATIVA DE DESCREDIBILIZAR O CONCEITO DE ALIENAÇÃO PARENTAL PARA CRITICAR UMA DECISÃO JUDICIAL, QUE TERÁ AS SUAS FALHAS, MAS QUE EM NADA PODE COLOCAR EM CAUSA O SOFRIMENTO DE MILHARES E MILHARES DE PAIS E FILHOS QUE SOFREM ESTE FENÓMENO SOCIAL.
- A INACEITÁVEL IDEIA QUE SE QUIS PASSAR QUE A UTILIZAÇÃO DO CONCEITO DE ALIENAÇÃO PARENTAL TEM LEVADO A ENTREGA DE CRIANÇAS A PAIS QUE PRATICAM O ABUSO SEXUAL COMPROVADO (ESTATISTICAMENTE TAL IDEIA É DESMENTIDA)


ENVIAR PROTESTO CONTRA A REPORTAGEM AO PROVEDOR DE TELESPECTADOR DA RTP

O SUPERIOR INTERESSE DA CRIANÇA

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ASSIM FALA UM BOM EDUCADOR (INTERDITO A MENORES DE 10 ANOS!)

Alguém se introduziu, como sabem, na minha petição para dizer o que bem entendeu. Eu fiz o mesmo. A diferença está no tom e na delicadeza que usamos para fazer valer o nosso ponto de vista. Saber respeitar é uma virtude.Só assim podemos educar os nosso filhos no respeito pelo outro.

Ele (só não sei quem, embora desconfie...)
151 Alucinadas dos pezinhos sempre que dou de caras com esta petição dá-me volta ao estomago. Foi com base na mesma argumentação intelectualmente mediocre que consideravam os homossexuais doentes. Com a argumentação da Natureza também posso dizer que é normal as mulheres apanharem porrada. Parece que aqui ainda não chegou o conceito de avanço civilizacional.. lamento..
(...)
156 passada dos carretos uma mãe nunca poderá ser um pai. Na edição da Review of General Psychology, cientistas informaram que o grau de aceitação ou rejeição que uma criança recebe - e percebe – do pai, afeta seu desenvolvimento de forma tão profunda quanto a presença ou ausência do amor materno. Deixem de acharem-se o centro do mundo! igualdade!
(...)
243 Tristes Já não basta os tribunais darem quase sempre a guarda a mãe e ainda queriam isso em lei , vão mas é trabalhar...




Eu
199 SOU CONTRA!!! Temos um pai que fugiu com os filhos e alienou-os contra a mãe, num sistema de guarda conjunta! Temos um outro que matou a filha "por amor" -podia vêla sempre que queria, e participava da sua vida! Já agora, por favor expliquem-me: se uma criança só tem a lucrar com a presença de um pai e de uma mãe, juntos ou não, porque é que pessoas singulares e do mesmo sexo podem adoptar da mesma forma que casais?!!!
(...)
201 SOU CONTRA!!! Eu explico-me melhor: não há que mudar leis, tão pouco a nossa natureza! Há que mudar, sim, o nosso interior, a nossa forma de estar e de amar!!! As crianças agradecem. O amor de um pai e de uma mãe é o mesmo, sem dúvida. Mas por alguma razão somos nós, mulheres, a gerar e a dar à luz. Não há desigualdade, porque assim determinou a natureza. Que fossemos nós a cuidar. Eu jamais posso exigir igualdade num trabalho que requeira força física, no qual o homem me é superior!!!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

VAMOS A FACTOS!

1. Julgamento, em Matosinhos, de um pai que matou a filha de 6 anos. A mãe detinha a guarda, mas permitia ao pai ver a filha sempre que queria, e incluía-o em todas as decisões relativas à educação e tudo o mais. Na prática, funcionava um regime de guarda conjunta, ou um modelo muito próximo. Este pai matou a filha "por amor"!

2. E temos o caso daquela mãe que andou desesperadamente à procura dos filhos. Apesar de um casamento problemático, e de um divórcio não menos atribulado, a mãe concordou (julgo, até, que foi ela própria a propô-lo) em dividir a guarda dos filhos, por entender ser o melhor para estes. O pai, na vez que lhe cabia, simplesmente pegou nos filhos e fugiu, andando de país em país. Nesse tempo, tentou convencer as crinças de que a mãe os havia abandonado. Esta mãe nunca acreditou que o seu ex-marido, pai do seus filhos, levasse avante aquilo que, já por diversas vezes (e ainda estando casados) ameaçara fazer. Felizmente encontrou os filhos a tempo de travar a Alienação Parental exercida pelo pai.

CONCLUSÃO: Como eu sempre tenho dito, não há que alterar a ordem natural das coisas, mas o interior das pessoas.
Podeis argumentar que isto também aconteceria num regime de guarda unilateral. Mas, vede bem, nestes dois casos a proximidade e um contacto mais frequente veio precipitar os acontecimentos. Tornou-se mais fácil. Haverá quem o possa prevenir? Estariam estas mães conscientes do riscos a que expunham os filhos? Não. Nenhuma delas acreditou que tal pudesse acontecer. Era o pai dos seus filhos, e estes nada tinham que ver com o fracasso das suas relações. Viviam "alucinadas", pondo em primeiro lugar o interesse dos filhos (eu incluo-me neste grupo de gente "alucinada", porque também já pus os interesses da minha filha acima dos meus -fui uma "alucinada" quando acedi ao pedido do meu ex, e não me fui embora como era do meu desejo).
Qualquer pessoa que leia estas histórias fica revoltada, não é assim? Eu fico "passada dos carretos"!!!
Já agora, por favor expliquem-me: se uma criança só tem a lucrar com a presença de um pai e de uma mãe, juntos ou não, porque é que pessoas singulares e do mesmo sexo podem adoptar da mesma forma que casais?!!!

http://www.peticaopublica.com/?pi=P2009N575

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

RTP - LINHA DA FRENTE

RTP - LINHA DA FRENTE

RESPOSTA A UM NOVO COMENTÁRIO PEJORATIVO DEIXADO (!!!) NA MINHA PETIÇÃO

Eis a minha resposta perante um comentário (novamente!!!) que eu vi na minha petição:

"156 passada dos carretos uma mãe nunca poderá ser um pai. Na edição da Review of General Psychology, cientistas informaram que o grau de aceitação ou rejeição que uma criança recebe - e percebe – do pai, afeta seu desenvolvimento de forma tão profunda quanto a presença ou ausência do amor materno. Deixem de acharem-se o centro do mundo! igualdade! "

Se alguém quiser conferir, só tem de entrar em:

http://www.peticaopublica.com/?pi=P2009N575

RESPOSTA:

1.Para que não haja mais dúvidas, eu não defendo que se faça uma desvinculação com a figura paterna-e, para tal, é preponderante a atitude da mãe- mas tão somente que apenas em casos excepcionais se separe as crianças de uma mãe. Queiram ou não, o vínculo materno é, por força da natureza, mais forte.A criança, ao nascer, tem como mundo somente a mãe, com quem estabeleceu uma ligação demasiado forte para ser destruída.E é através do olhar da mãe que ela percepciona o mundo. Não há como negar.

2.Há uma imensidão de estudos que dizem uma coisa, e outros que dizem o contrário. Não raras vezes, e quantas vezes pelos próprios, vemos ser desmentida uma teoria tomada como certa.Ou seja, não se chega a conclusão nenhuma.
Eu não me sigo por teorias. Sigo-me antes pela natureza, que é, como todos bem sabemos, um livro aberto. De tanto pensar, qualquer dia o Homem dá cabo dos seus fusíveis;)))
Assim afirmou Séneca: "Vive em harmonia com a natureza e nunca serás pobre. Vive em harmonia com as opiniões e nunca serás rico".

3.Li o referido artigo -aconselho a todos que o leiam na íntegra- e, ainda que o autor o negasse, não pude deixar de sentir que me apagavam, quase anulavam. A sensação que tive foi que o meu papel quase se resume a gerar e dar à luz, coisa que, evidentemente, eu não posso aceitar (e, tal como eu, a maioria das mãe, inclusive a mãe de quem me fez o dito comentário... se é que essa pessoa teve, de facto, mãe)
Concordo que se procure dar relevância ao papel de um pai na vida dos filhos. Mas nunca à custa do papel de uma mãe. E o que vemos é que, cada vez mais, se vai perdendo a noção do quanto é importante a figura materna! Chega a ser uma perseguição (veja-se o caso da miúda que foi institucionalizada porque não queria ver o pai, o que, no entender do juíz -quando a maioria dos psicólogos o negavam-, se devia a uma alienação exercida pela mãe)!

4.Nunca, em momento algum, falei mal de quem quer que fosse. Muito menos lhes chamei nomes -que, já agora, se aplicam a qualquer mulher que preze o seu papel de mãe, incluindo, claro está, a mãe de quem nos chamou assim (quero crer que quem o fez não teve mãe, e por tal, não tem qualquer respeito pela figura materna).
Conheço bem a petição feita pelos pais e, em boa verdade, já lá vi comentários que denotam, ao contrário dos que surgem na minha, muita raiva e pouco civismo. Há até mesmo um que diz "guarda compartilhada, já!!!". Enfim, o senhor manda... As leis sempre foram escritas por homens, e ainda hoje o é, na generalidade. E, contudo, Francis Bacon veio dizer-nos que "Para dar ordens à natureza é preciso saber obedecer-lhe"!
Se, por acaso, em algum momento eu ofendi alguém, desde já as minhas desculpas.
Certo é que nunca fiz comentários pejorativos na outra petição. Isto porque compreendo bem a outra posição. Só acho que não é por aí...

sábado, 23 de janeiro de 2010

TIRA-TEIMAS;)

Já me perguntaram afinal o que eu queria, e houve quem dissesse que fosse com mais calma...
O assunto de que vos tenho falado pode parecer enfadonho. Contudo, há que ter em conta que é um assunto na ordem do dia.
Trata-se de saber se, em caso de separação, se deve ou não optar pela guarda conjunta.
Muitos defendem que, face às exigências dos nossos dias -em que pai e mãe trabalham- e à maior cooperação por parte dos homens nas lides domésticas e no cuidado com os filhos, é, sem dúvida alguma, a melhor solução. A que melhor benificia a criança.
Estes pais dão como exemplo o caso de espécies em que há um revezamento dos cuidados com as crias, e outras em que é o macho quem se ocupa da prole.
Convém observar que nestes últimos casos (o macho cuida da prole), as coisas são assim em razão de perpetuação das espécies ou da sua sobrevivência. A fêmea fica livre para copular de novo. Não significa, pois, incapacidade ou desinteresse por parte desta.
Nos casos em que ambos os progenitores partilham os cuidados da prole, há que ter em conta que são casais que, ao contrário do Homem, se mantêm unidos "até que a morte os separe".
Eu já vi, nas argumentações destes pais, uma imagem de aves -progenitor e progenitora- a cuidar das crias. Acabo de saber que não o fazem por serem "bons pais", mas por uma questão de sobrevivência e perpetuação da espécie. Dois a cuidar garantem mais crias vivas. Tão somente isto.
Entre os primatas, só os saguis revezam as tarefas: isto porque a fêmea tem, habitualmente, gémeos fraternos. Observa-se, pois, que, à excepção desta espécie, é regra geral entre os primatas as crias permanecerem com a progenitora.
O Homem pode, de alguma forma, aproximar-se dos saguis e de outras espécies. Mas há um factor a ter em conta: ao contrário das outras espécies monogâmicas, nós separamo-nos com a maior facilidade, muitas vezes por "dá lá aquela palha"!
Parecendo trazer enormes benefícios -amplamente divulgados por associações e movimentos de pais separados-, a guarda conjunta traz alguma reserva a muitos especialistas (advogados, juristas, juízes, psicólogos, médicos...) e a muitos progenitores. Sobretudo quando esta é imposta.Há mesmo quem discorde de todo.
Fica assim a discussão em aberto, para quem esteja interessado(a) em dar a sua opinião.

(Não irei continuar a divulgar as minhas duas petições, pelo que quem as quiser ver terá de ir ao meu Diário, no meu Perfil)

A todos um maravilhoso fim de semana:))))))

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

RTP - LINHA DA FRENTE: "FILHA ROUBADA!"

RTP - LINHA DA FRENTE

ALUCINAÇÕES DE GENTE "CIVILIZADA"!!!

LEIAM ESTE COMENTÁRIO DE ALGUÉM QUE ASSINOU (!!!) A MINHA PETIÇÃO:

Alucinadas dos pezinhos:
"sempre que dou de caras com esta petição dá-me volta ao estomago. Foi com base na mesma argumentação intelectualmente mediocre que consideravam os homossexuais doentes. Com a argumentação da Natureza também posso dizer que é normal as mulheres apanharem porrada. Parece que aqui ainda não chegou o conceito de avanço civilizacional.. lamento.."

Resposta aberta a esta pessoa "alucinada":

Se te dá voltas ao estômago, nem te davas ao trabalho de a assinar (que foi o que fizeste, marcaste na baliza errada!!!).
Se queres negar as leis da Natureza, estás no teu pleno direito: é problema teu.
Mas não confundas as coisas: "as mulheres apanharem porrada" não é coisa da natureza, mas sim do Homem "civilizado" (nunca vi um macho qualquer, de uma qualquer outra espécie, dar porrada à fêmea!).
Se olhares bem à tua volta, verás aonde chegamos com esse "avanço civilizacional": as cheias no Brasil, o terramoto no Haiti, e tantas outras catástrofes não são culpa da Natureza, mas do Homem.
Somos, sem dúvida, um ser superior. Ninguém nos bate, no que toca a destruir e a adulterar!!!

Convido-vos a ler a minha petição. Está em:
http://www.peticaopublica.com/?pi=P2009N575

E, se ainda houver paciência e tempo, leiam também a petição pelos deficientes.
Está em:
http://www.peticaopublica.com/?pi=P2009N134

A todos um maravilhoso dia:)

domingo, 17 de janeiro de 2010

sábado, 16 de janeiro de 2010

LEI DA GUARDA, NO EGIPTO!

Antes de leres este texto, quero que saibas que, acima de tudo, defendo a família. Pai e mãe na mesma casa, criando juntos os seus filhos. Pena que nem sempre seja assim...
Resta, então, decidir a qual dos dois cabe a guarda dos filhos.

http://www.peticaopublica.com/?pi=P2009N575

Segundo a lei egípcia, a mãe fica com a custódia dos filhos até estes terem 15 anos.Não menciona, tanto quanto sei, que assim não possa ser se tiver sido ela a pedir o divórcio ou for cristã. Mas há casos de discriminação, como o caso de uma mãe que, por ser cristã, perdeu para o seu ex-marido, convertido à religião islãmica, a custódia dos seus dois filhos gémeos, de 13 anos, apesar de estes terem dito que queriam ficar com ela.

Aos 15 anos, os jovens decidem com quem querem ficar.

A parte estas discriminações, esta lei existe!
Porque não temos, em Portugal, uma lei assim?
Uma lei bem próxima da natureza!

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http://www.peticaopublica.com/?pi=P2009N134

Pelos direitos de toda a pessoa deficiente!
Visite o perfil de Hildoca amada! Ela precisa, urgentemente, de ajuda.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

ENTREVISTA A ALDO NAOURI, PEDIATRA FRANCÊS, AUTOR DE "EDUCAR OS FILHOS: UMA URGÊNCIA NOS DIAS QUE CORREM"

FILHOS: AMOR COM REGRAS
Escrito por Daniel Fernandes
Domingo, 29 Novembro 2009 20:59
Aldo Naouri, pediatra há 40 anos, autor do livro, “Educar os Filhos - Uma urgência dos dias que correm”, afirma que nunca como hoje foi tão urgente perceber como nos devemos comportar como pais para desempenhar bem a nossa função. A revista GINGKO (*) apanhou-o de passagem por Portugal e conversou com ele sobre os principais erros que os pais modernos tendem a cometer.





O que mudou entre os pais e os filhos nos últimos 40 anos?
As crianças não mudam.

Mas a educação mudou...
Sim, a educação mudou e está a surtir resultados diferentes. E os pais também mudaram. Porque a sociedade mudou, transformando-se numa sociedade de abundância que segue a lógica de consumo, onde é importante consumir e incentivar toda a gente a consumir, porque cada um de nós tem direito a tudo. E a partir do momento que temos direito a tudo, para que havemos de nos esforçar? Dissemos aos pais que as crianças precisavam de fazer coisas que lhes dessem prazer para se sentirem amados. Mudámos a conformação que existia antes, quando os filhos deviam esforçar-se por agradar aos pais. Hoje os pais dizem que os amam e oferecem escolhas múltiplas, condenando o filho a uma posição de juízo muito angustiante porque ainda tem a personalidade em bruto e necessita de orientação para saber em que direcção caminhar e como lutar contra os obstáculos que encontra.

Essa abundância de que fala retirou o sentido da vida às nossas crianças?
Sim, podemos dizer isso. Mas temos de dizer que também retirou o sentido da vida aos pais.

A nossa sociedade é uma sociedade do prazer. É o prazer como recompensa?
Sim, só que é preciso compreender que é recompensa, que não é de graça. Os jovens pensam que é de graça, e por isso temos de lhes mostrar que só terão o prazer se se esforçarem.

Denunciou a existência de uma infantolatria. A sociedade esqueceu os pais?
Colocou os pais ao serviço dos filhos e a isso chamo infantolatria. Esqueceu o lugar dos pais, dessacralizou-o. Como as crianças são postas em primeiro lugar, os pais são desviados para lugar oculto. Não há lugar para o casal, e quando o casal enfraquece passa a haver dois apartamentos, duas frigideiras...

É necessário recuperar esse lugar?
Absolutamente. É fundamental dizer que a condição parental é magnífica.

Também é necessário reeducar os pais, antes de eles educarem os filhos?
Não. Os pais foram bem educados, mas para educarem os filhos têm de estar de acordo com a educação que receberam. A maioria compreende o ressentimento que tem dos seus pais. Mas precisam de perceber que, independentemente do que façam, estão condenados a ser amados pelos próprios filhos porque são eles que forjam a sua identidade. Mas também estão condenados à ira porque os filhos precisam da ira para se afirmar. Daí a necessidade de os seduzir. A partir do momento em que damos esta explicação aos pais, não precisamos de os educar. Eles sabem como proceder com os filhos. No geral, e em caso de necessidade, os pais entendem qualquer recomendação simples como substituir o slogan "a criança primeiro" por "o casal primeiro". Se os casais fizerem isto não há necessidade de os educar.

No seu entender, o problema surge quando os casais tentam distanciar-se do papel que os seus próprios pais tiveram, quando querem ser diferentes deles.
Sim. Mas a partir do momento em que percebem que eles fizeram o que puderam e que não existem pais perfeitos, e não existem filhos perfeitos, as coisas vão correr muito melhor.

Defende que as regras devem ser impostas sem explicação, prevalecendo a hierarquia pais-filhos. Isso não é demasiado ditatorial?
Depende da forma como exprimimos as coisas. Eu não disse exactamente isso. Falei em dar uma ordem sem ter de a explicar. Porquê? Porque a ordem seguida de uma explicação corre o risco de cair perante a justificação. Uma ordem não é ditatorial, mas indica uma relação vertical, que os pais têm lugar acima das crianças. É uma maneira de defender a relação vertical contra a relação horizontal, muito culpabilizante e angustiante para a criança. A relação vertical permite à criança revoltar-se contra os pais. Se agirmos dessa forma, que apelidou de ditatorial, a criança aprenderá que os outros existem e tornar-se-á um democrata. Pelo contrário, se for uma relação horizontal e democrática, a criança ficará com a ideia de que ela é que importa e que os outros não interessam, transformando-se mais tarde num fascista.

Mas não é necessário explicar?
Não, não é. As crianças devem encontrar as explicações por si próprias. Se pedem explicações, devemos dá-las. Mas se não pedem, então não há necessidade de explicar.

Defende também que as crianças estão educadas aos três anos. Como é isso possível?
É até aos três anos que as crianças aprendem a reprimir impulsos e a aceitar a frustração. Quando se repara no seu olhar nota-se que já tem enorme amor pelos pais. E depois de ter aprendido a reprimir impulsos e a estar frustrada está educada. O resto virá depois.

As competências básicas estão adquiridas?
As competências básicas estão adquiridas, a educação básica está adquirida, mas a ambição não é ficar pelo básico. É preciso olhar para a educação básica como um meio. Aos três anos são exactamente como se estivéssemos a fabricar imóveis e já tivéssemos toda a construção mas faltassem a electricidade e os acabamentos. As fundações estão lá, os muros também, mas falta o resto.

No seu livro fala de um novo maltratar, um consentimento social que abusa da ternura da mãe. Explique-nos melhor este conceito.
A sociedade investiu muito na mãe. Dizemos às mães que têm todos os direitos: amar, mimar, satisfazer. É um novo maltratar porquê? Porque enquanto a mãe estiver ao serviço do filho não o educa, não é capaz de o reprimir, de lhe ensinar a frustração. Corre o risco de ele permanecer um bebé concentrado em si mesmo, no seu prazer e nos seus benefícios.

Então é contra o excesso de amor...
Sim, e a sociedade que o aplaudir está a cometer uma malfeitoria contra a infância. A Convenção Internacional dos Direitos das Crianças diz que o primeiro direito das crianças é a educação. Ora, como se pode educar uma criança quando ao mesmo tempo se aplaude todas as medidas anti-educativas?

Mas, não é possível educar com amor?
Claro que sim. Você pode meter açúcar no café. O problema é se meter excesso de açúcar. E hoje o que se diz às mães é: "Metam bastante açúcar".

(*) GINGKO Nº 16 – Outubro 2009 - http://revista.gingko.pt/#/1/

Actualizado em Quinta, 10 Dezembro 2009 09:56

RECUSO-ME A SER BARRIGA DE ALUGUER!!!!!!!!!!!!!


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