quinta-feira, 11 de novembro de 2010

VIVENDO NUMA FAMÍLIA RECOMPOSTA (O MEU TESTEMUNHO, NA PERSPECTIVA DE MÃE)

Passo do testemunho de uma filha que viveu afastada dos pais, para o testemunho de uma mãe que vive afastada da filha.

Desde já, quero dizer que, apesar do que se passou entre mim e o meu ex, e de ter sido eu a pô-lo porta fora, fui também eu quem deu o primeiro passo com vista a uma reconciliação. A minha filha mais velha merecia uma família, merecia ter um pai e uma mãe.

Os amores à primeira vista e as grandes paixões são, para mim, coisa de filmes. O amor constrói-se. Não podemos dá-lo por perdido à primeira dificuldade.

Eu dei, pois, o primeiro passo. Ele, simplesmente, não aceitou.
E talvez tenha sido o melhor.

Hoje eu tenho um novo companheiro. E uma outra filha, desta nova união.
Que merece, como toda a criança, ter um pai e uma mãe. Ali, ao pé dela.

E a mais velha, nesta nova família?

Pois, por melhor pessoa que seja este meu novo companheiro, ela sente-se -sei disso, embora não mo diga- meio desfazada. Para ela, a irmã (que ela adora, tanto mais que é a sua única irmã) tem nesta nova família um lugar priveligiado. Porque é, de facto, a sua família, sendo que eu sou a mãe e o meu companheiro é o pai. Ela sente que a irmã é priveligiada até mesmo em relação a mim, porque vive comigo, recebe os meus cuidados todos os dias, e ela não.

Perguntai a essas crianças e a esses jovens o que eles sentem nessa sua nova família -ou mesmo nas duas,quando são ambos os pais a refazer a vida- onde ele deixa de ter esse lugar priveligiado, sobretudo se há filhos dessa nova união. Pode a madrasta, ou padrasto, ser um amor de pessoa, que isso não muda o seu sentimento.

Ainda há dias vi um documentário que se intitulava "Ma belle-mère: quel enfer", e um dos miúdos, salvo erro o mais velho, dizia que ela não demonstrava o mesmo amor por eles como o amor que demonstrava para com os seus próprios filhos. Nos tempos em que estavam com a mãe (fins de semana e férias), eles eram mais espontâneos. Um deles gostava mesmo de dormir com a mãe, porque, dizia ele, "ça sent maman!"

Não é fácil ser madrasta, bem sei, ainda para mais quando se tem uma data de crianças em casa. Esta madrasta era, por isso, uma mulher de pulso, capaz de se fazer respeitar e de pôr ordem na casa. Masmo a mãe dos miúdos reconhecia que, embora fosse de um feitio completamente diferente do seu, a madrasta era uma pessoa de carácter, e, sempre que os miúdos se queixavam dela, que os havia castigado ou coisa assim, a mãe respondia-lhes de imediato que se ela o fizera, teria tinho certamente razão para o fazer.

O que esta madrasta procurava, no fundo, era uma prova do amor destes seus outros "filhos". E teve-a, pois os miúdos compuseram-lhe uma canção, tipo tropa (era uma madrasta realmente autoritária), reconhecendo que, apesar da sua dureza, ela era justa.

Gostei de ver.
Ficou-me a imagem de miúdos que procuravam, na medida do possível, enquadrar-se numa família que não é a que eles sonharam (o pai e a mãe juntos) e de uma madrasta com a dura prova de se fazer amar por aqueles que não eram seus filhos, tal como se ama uma mãe. Uma madrasta consciente de que não era ela a mãe, mas que tinha de agir como tal.

Uma obra que me enche de curiosidade e que, se calhar, hei-de ir buscar à biblioteca, é o livro de Laura Kasischke EN UN MONDE PARFAIT.

Ora leiam o resumo:

Le monde parfait selon Laura Kasischke
Par André Clavel, publié le 15/10/2010 à 14:00

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Les confessions d'une hôtesse de l'air qui se sacrifie pour élever les enfants de son mari.

Sur la confusion des sentiments et les tempêtes intérieures, Laura Kasischke (née en 1961) en sait long, très long. Comme Joyce Carol Oates, cette romancière recluse au fond du Michigan plonge ses griffes de fouine dans les désordres affectifs de la middle class américaine, pour dévoiler toutes sortes de fêlures derrière les belles vitrines de l'harmonie et de la réussite. "Je suis très intriguée, dit-elle, par ce que cache l'existence des gens lorsqu'elle est trop rationnelle et trop lisse. Que peuvent bien dissimuler ces visages qui se ressemblent tous ?" La réponse fait peur, quand on lit Laura Kasischke, car elle ne cesse de mettre en scène des femmes apparemment bien rangées, mais sacrément dérangées. Comme si, avec leurs tailleurs impeccables, ces sosies d'Emma Bovary dansaient sur des volcans - un cocktail de frustrations, de chagrins invisibles et de nausées silencieuses.

Dans son précédent roman, La couronne verte (traduit en 2008 chez Christian Bourgois), l'Américaine raconte une histoire d'abord enchantée, mais qui vire brutalement au sordide : deux lycéennes en goguette s'envolent vers l'éden mexicain sans savoir qu'elles ont rendez-vous avec le diable, au pied des pyramides mayas... Nouvelle exploration de l'univers féminin, En un monde parfait est la confession d'une hôtesse de l'air - Jiselle - qui vient d'épouser le beau Mark, veuf et père de trois enfants. Elle les élèvera en se sacrifiant tandis que son mari, éternel fugueur, s'absente de plus en plus souvent de ce foyer où elle n'a qu'un seul rôle - celui de la nounou dévouée. C'est l'histoire d'une femme désemparée, abandonnée, que raconte l'auteur de La vie devant ses yeux, dans une Amérique qui tremble à son tour parce qu'elle est menacée par une mystérieuse épidémie... Le monde que décrit Laura Kasischke est aussi parfait que la coque du Titanic : rendez-vous avec le naufrage.

FONTE: http://www.lexpress.fr/culture/livre/en-un-monde-parfait_927578.html





REPARAI BEM NA ÚLTIMA FRASE DESTE TEXTO:

"LE MONDE QUE DÉCRIT LAURA KASISCHKE EST AUSSI PARFAIT QUE LA COQUE DU TITANIC: RENDEZ-VOUS AVEC LE NAUFRAGE"


recados para orkut

Nunca foram tão lindos os recados de Titanic


Exactamente o que eu penso.

Falando de um outro assunto, querem saber a melhor?
Conto-vos amanhã.

RECUSO-ME A SER BARRIGA DE ALUGUER!!!!!!!!!!!!!


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