domingo, 26 de dezembro de 2010

CARTA ABERTA AO MEU EX

Em época natalícia, sinto que te devo algumas palavras.
Em memória do tempo em que acreditávamos que nos amávamos.

Regra geral, o ex torna-se uma pessoa mal-amada.
Por vezes mesmo, odiada.

Eu não te odeio.
Odeio, isso sim, aquilo em que te tornaste.
Odeio o mal que me causaste, e que quase me levou à morte.

Em tempo algum te acreditei capaz de fazeres aquilo que me fizeste,
embora eu tivesse tido evidências de que o farias.

A nossa menina, que ainda era criança quando ainda a tinha nos meus braços,
hoje se tornou quase uma mulher.

Não me agrada a forma como às vezes ela fala.
(bem sei que são coisas da juventude)

Vejo-a um tanto ou quanto aérea.
(coisas da idade, eu sei)

Mas é uma miúda cinco estrelas, como dizia o meu bom amigo Pde Delfim.
O que faz de ti um pai cinco estrelas, creio eu.
Pelo menos nos momentos em que tu te fazes presente.

Eu estou aqui, longe dela.
Quando a revejo, ela já é outra.

É duro para uma mãe não ver um filho seu todos os dias.
Uma mãe, nestas circunstâncias, tem que achar outras formas de se fazer presente.

Nas vezes em que nos falamos, eis que a vejo ansiosa para me contar novas coisas de um certo rapaz, que ela diz ter apenas como amigo.

É nestes breves momentos que me sinto inteiramente mãe.
Os momentos em que a ouço, e lhe dou os meus conselhos.

Sinto que sou a única -mesmo que não o seja, mas sei que às vezes sou a primeira a saber- a quem ela confia aquilo que lhe vai na alma e no coração.

A nossa menina já não é mais uma criança.
Ela agora tornou-se uma mulher.

O seu destino já não me pertence mais.
Nem mesmo a ti ele pertence.

E se eu lhe digo que aquilo que for da vontade dela, eu farei por cumprir, julgo que tu, como pai, deves fazer igual.

Eu perdi a minha filha, no sentido em que deixei de poder tomar decisões quanto à sua vida. Mas nunca a perdi enquanto filha, e hoje eu sinto isso.

Tu ganhaste o direito de ter nas mãos o futuro dela.
Procura ser justo, ou perderás a filha.

Não faz sentido lutarmos pela nossa filha, como se fosse uma casa ou um carro. Bem sabes que ela continua a ter uma mãe, e eu não esquecerei nunca que ela tem um pai.

Por uma vez, sejamos verdadeiros pais.
Pelo amor que temos à nossa filha.

RECUSO-ME A SER BARRIGA DE ALUGUER!!!!!!!!!!!!!


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