quinta-feira, 28 de outubro de 2010

PARTO: A INVASÃO DE UM DOMÍNIO PRIVADO!

Ainda que haja, nos nossos dias, uma mistura de papéis -que nem é tão evidente quanto dizem e quanto parece- os domínios separam-se.

Há o domínio exclusivo dos homens, e o domínio exclusivo das mulheres.

Quando os homens se juntam, estão no seu domínio, vedado às mulheres (salvo às que lhes vêm proporcionar prazer).

Pois o parto, meus senhores, é domínio exclusivo das mulheres.
É um momento sagrado, que exige total privacidade.
Vive-se em privado, e no feminino.

Com a vossa licença, o homem não entra.

Por isso, chegando a hora H, em vez de se perguntar ao pai se pretende estar presente, deve-se, isso sim, perguntar à mãe -é o domínio dela- se pretende que ele esteja presente. A ela pertence a última palavra, não ao homem.

Ainda que seja o filho de ambos, o parto é dela. É um momento íntimo, que não pode tornar-se, de forma alguma, público.

Espero que todo o pai que me ler entenda isso. Assim como ele não gosta que invadam o seu domínio, nós, mulheres, também não queremos que invadam o nosso. Falamos mesmo de domínios bem diferentes, em que o nosso exige total privacidade.
O pai não pode, nem deve, invadi-lo.

Que o pai esteja ou não presente, nada altera a díade mãe-bébé.
A tríade vem depois.
A seu tempo.
Da forma certa.

Outra coisa fundamental, e que não posso deixar passar:

Não cabe ao pai cortar o cordão umbilical, nem mesmo a quem assiste a mãe, e sim a esta!
Assim o é na Natureza.
E se queremos um parto natural, então que o vivamos como tal.
Basta observar o que se passa na Natureza, e encontramos lá as raízes deste momento mágico, que só à mulher pertence.

O facto de ser a mãe a cortar o cordão umbilical, como o fazem as outras progenitoras das restantes espécies mamíferas, tem sobremaneira um valor altamente simbólico. Para a mãe, este acto representa que ela assume que aquele filho -que ela carregou durante nove meses no seu ventre e que, agora, e durante boa parte da sua vida, depende dela- pertence à Natureza, e não mais a ela.

Qualquer outra pessoa, mesmo sendo o pai, que corte o cordão interfere neste processo. Viola um princípio da Natureza.

Ainda que não pareça, outro que o faça está a passar uma mensagem negativa à mãe, quando deve ser ela a transmitir essa mensagem (vindo dela, será uma mensagem positiva).
Outro que o faça separa bruscamente a criança da mãe. Essa separação deve ser feita pela própria mãe, não por outros. Nem mesmo, friso, pelo pai.

O próximo passo desta mãe é apresentar o filho ao pai -e não o contrário, como se processa em muitos casos- e, progressivamente, agir de forma a que a díade se transforme numa tríade.

É assim que se processam as coisas, e não de outra forma.

As ideias modernas -bem intencionadas, claro- têm vindo a complicar este processo.

Têm-se, hoje, a ideia pré-concebida de que um pai que acompanhe todos os passos da gravidez e que assista ao parto se envolve mais na criação e na educação dos filhos. Falso.
Ressalvo, desde já, que as ideias pré-concebidas não se referem apenas a tempos passados, pois que os nossos tempos, ditos modernos, estão carregados de ideias assim.

Tais ideias vêm tentar reforçar a ideia de que é possível uma tríade logo desde a concepção ou desde o nascimento. Não, não é.
Assim não vão lá.

Tenhamos presente que a Natureza é sábia. Ela sabe o que faz.
Não é preciso, pois, forçá-la. Tão pouco alterá-la.

Se cada um souber qual é o seu lugar, e qual o seu papel, a cria humana, tal como qualquer outra cria nascida do ventre materno -sem assistência de qualquer ordem-, torna-se num ser do Mundo. Ganha, de forma saudável, a sua independência.

Sempre que invadimos um domínio que não nos pertence, geramos o caos.

Em nome da perpectuação da nossa espécie, devolvam-nos o nosso parto. Deixai que se cumpram as leis da Natureza.

Eu vos digo que, se assim o fizerdes, sereis muito mais homens.
E, sem dúvida, muito melhores pais.




Digam-me lá, meus senhores e minhas senhoras, o que este parto tem de normal? Porque cargas de água deixam a criança chorar assim tanto tempo? Porque não a puseram logo no colo da mãe?
E porque não deixaram ser a mãe a cortar o cordão (separar a criança de si, o que não significa que a criança não mais precise dela, já que é bem o contrário)?

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RECUSO-ME A SER BARRIGA DE ALUGUER!!!!!!!!!!!!!


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