sábado, 27 de novembro de 2010

PORQUE SOU CONTRA A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA

Eis a resposta que eu dei a um senhor que, num outro post, me acusa de ser egocêntrica, de ser anti-pai e de ser "alienadora":

Se quiser conhecer o meu caso, pode sempre ler o meu perfil, ou mesmo alguns dos meus posts.

Eu não anulo a figura do pai. Sou simplesmente contra toda a lei que força um outro pai a agir contra a sua vontade -e, se vir bem, contra os interesses do filho-, sendo que, muitas vezes, esta lei tem levado a casos em que o outro pai é acusado de ter feito o que nunca fez (alienação, fuga, etc), para não falar dos casos que acabam em tragédia (veja um dos meus posts mais recentes)

Tenho-me imformado muito sobre este assunto, aliás. Mas, sobretudo, falo por experiência própria.

Que experiência, há-de perguntar-se o amigo. Muita, como poderá constatar no post que eu irei apresentar amanhã.

De resto, não sei se o caro amigo sabe tudo a propósito de Richard Gardner, e dos pais que ele defendeu. Mas sei eu, que já me informei muito bem. Informe-se também.

Aconselho-lhe a leitura da entrevista feita a Martin Dufresne. Verá que não são palavras minhas, mas de alguém que, um dia, esteve dentro do movimento de pais. Até ao dia em que percebeu aquilo que de facto os movia. Lembro-lhe que não são palavras minhas, mas de um senhor que percebe muito mais do que eu do assunto.

Amanhã eu direi porque não defendo a lei da guarda compartilhada. Ma não entenda que sou anti-pai, porque não o sou. Parece-me que vós pais sofreis de uma qualquer Síndrome de Perseguição.

Defender que um filho deve, salvo excepções, permanecer com a mãe -defesa não só minha, mas de muitos especialistas, caso também esteja bem informado- não significa que sou anti-pai.

Nunca disse que um pai deve desaparecer completamente da vida do filho, antes pelo contrário.

Mas nada obriga a uma mãe permanecer no mesmo lugar, onde, na maior parte das vezes, nem sequer tem família ou amigos.

Penso que um pai não pode ser assim tão egoísta. Nem tratar os outros como se fossem propriedade sua.

Cada caso é um caso, logo todos os casos não podem ser tratados da mesma forma.

No Superior Interesse dos nossos filhos!

Não conheço o seu caso, pelo que não o vou julgar.

Respeitosamente

Sara



O que eu defendo é que cada caso seja tratado de forma especial, nunca todos da mesma forma. E, sobretudo, nunca uma lei deve impôr a guarda compartilhada, contra o desejo de um ou de ambos os pais.

E quanto à decisão de dar a guarda apenas a um deles (a meu ver, o mais certo, sobretudo se existe uma grande tensão entre o ex-casal), penso que se deve ter principalmente em conta a pessoa que surge como figura primária na vida da criança, não outros aspectos como quem tem melhores condições ou mais tempo para se ocupar dela.

Defendo que se ouça a criança.
A sua vontade conta, e deve ser respeitada.




Se assim vos falo, é porque já passei por tudo, ou quase tudo.
Sei que cada um de vós tem a sua experiência, mas não acredito que muitos tenham experimentado o que eu experimentei.



- Vivi, durante algum tempo, num ambiente de tensão e violência;

- Sofri tremendos maus-tratos;

- Passei quase toda a minha vida em instituições;

- Fui separada da família, principalmente dos meus irmãos, aqueles com
quem eu vivera;

- Conheci de perto o mundo do álcool e da droga;

- Sofri uma depressão à conta do sacrifício que eu fiz pelo meu ex, para
não o afastar da filha, permanecendo durante dois longos anos num lugar
onde eu não gostava de viver, não tendo nem amigos nem família por perto
para me dar apoio;

- Fui acusada de ter fugido, quando eles sabiam que eu ia para o meu novo
local de trabalho, sem que o meu ex admitisse que eu precisava de o
fazer, em nome do meu equilíbrio emocional e psíquico, e que a menina
dependia do meu bem-estar;

- Retiraram-me a minha filha com base em falsas suposições, tendo eu
passado um ano infernal, em que fiquei pele e osso e tive de ser por
três vezes internada;

- Refiz a minha vida, e tive outra filha, única irmã da mais velha;

- Estando eu a viver perto do mar, um lugar onde costumo sentir-me bem, o
meu ex deu-me a escolher (ou o mar, ou a minha filha), dando a entender
que para ter mais vezes a minha filha por perto eu teria de suportar
viver onde eu nunca gostei de viver e, lembro, não tenho ninguém;

- Embora a miúda, actualmente com treze anos, queira vir - e assim o fez
saber em tribunal, aos 10 anos- nunca a sua vontade foi respeitada,
sendo que tudo fazem para provar que eles têm melhores condições do que
eu para cuidar dela e a educar;

- Actualmente estou fora do país, o que complica as coisas, apesar de
termos os transportes e os meios de comunicação que temos.



Diante do que eu aqui vos enumero, quem de facto foi egocêntrico e "alienador", eu ou o meu ex?

Quem de facto pensou só em si, pondo em risco a saúde do outro e, consequentemente, o bem-estar da menina?

Revejam o post ELAINE CAMPIONE: EU SUPLIQUEI-TE QUE NOS DEIXASSES IR, MAS TU SÓ TE IMPORTAS CONTIGO!", nesta mesma página, e dizei-me até que ponto pode ir o vosso egoísmo.

Será que a ponto de suceder uma tragédia, como esta?

Sem comentários:

Enviar um comentário

RECUSO-ME A SER BARRIGA DE ALUGUER!!!!!!!!!!!!!


MusicPlaylist
Music Playlist at MixPod.com

Arquivo do blogue